Diagnóstico e Avaliação em Ensino de Educação Musical no Ensino Básico

 

 

#1

 

Bennett/Elliot

 

Como nota inicial, atrevo-me a dizer que de certa forma consigo traçar uma linha transversal às filosofias de Bennett e de Elliot, pois vejo em ambos os autores e nas suas filosofias aspectos que me interessam a nível do ensino da Educação Musical.

De Bennett constato que a alusão ao referêncialismo será importante para a minha perspectiva, pois sinto a necessidade de ter-mos algo como referência para a nossa motivação do dia-a-dia. A pátria ou a família serão exemplos de referência que considero importantes para a nossa vida em sociedade. Aqui adequa-se o carácter utilitário da experiência estética no uso da prática musical.

No que abrange o expressionismo e considero verdade, a música também deve ser apreciada, deve fazer-nos sonhar, relaxar e fantasiar, pois esses sentimentos fazem-nos “trabalhar” as capacidades afectivas, criativas, etc.

Já em relação ao formalismo/expressionismo, considerando ele a música como exacta, está a ir de certa maneira contra o expressionismo, pois no meu ponto de vista, o expressionismo não passa apenas pela audição e o saborear da música, mas também, num contexto de performance, passa pela expressão, interiorização e sentimento que se obtém quando a música está a ser executada. Logo, quando se está a educar (ensinar) alguém musicalmente, devemos dar alguma liberdade para que ele execute com personalidade e consiga assim exprimir as suas emoções e sentimentos, tendo assim um maior prazer, e dando aos ouvintes outras perspectivas e interpretações da música.

Este último ponto está de acordo com o que Bennett valoriza, para além da cognição conceitual, existe a afectiva, subjectiva e a criativa.

Como Elliot, acredito que no que se refere às improvisações, maneiras de expressão musical e performances haja algo de cultural, pois a nossa interpretação tende a assemelhar-se ao estilo musical mais ouvido e interiorizado por nós.

A performance deve ser explorada, pois com a sua prática a musicalidade também se desenvolve e começamos a interiorizar a cultura, a estar mais à-vontade na sua interpretação, e assim sendo, melhores e mais argumento teremos no ensino da Educação Musical.

Em todo o processo de ensino e independentemente da perspectiva adoptada, considero a postura de músico professor como a mais completa em relação ao resultado final.

Sendo nós músicos com liberdade e expressão própria, com grande capacidade de argumentação musical, com um domínio de vários tipos e estilos musicais divergentes e com um grande à-vontade no contexto musical global, temos as ferramentas necessárias para poder transmitir algo, isto porque é necessário saber e estar à-vontade para se poder transmitir algo antes de mais. Mesmo que se saiba como ensinar num contexto geral, é preciso saber o que ensinar para que se obtenham resultados.

Claro que é necessário saber ensinar para que se consigam transmitir as ideias e opiniões, mas antes de mais é preciso saber o que ensinar, ter experiência e prática neste domínio.

Técnicas de ensino são muitas, logo por aí pode-se estudar as melhores, experimentar maneiras diferentes, etc.

 

#2

 

Ficha de Leitura

 

 Artigo: Instrumentos de avaliação: diversificar é preciso

 Palavras-chave: Quantificar, articular, subjectividade.

 Ideias mais importantes: Sabemos que, à necessidade de se atribuir uma classificação aos conhecimentos dos alunos se prendem duas formas de avaliar que, por si só, podem parecer antagónicas ou então, para outros avaliadores podem resultar compatíveis. São elas a avaliação quantitativa e a qualitativa.

Sobre a primeira, temos aqueles que a encaram como precisa e objectiva. Outros vêem-na com desumanidade e incompleta.

Já na segunda, os seus defensores encontram nela a capacidade de contabilizar os valores e a possibilidade de acrescentar factos observáveis, incapazes de ser valorizados de outra forma, enquanto que os que a contestam acham-na fantasiosa e sem precisão.

Depois do constante atrito entre as duas fracções, começa a formar-se uma tendência que se encaminha para a tal compatibilidade de ideais. Isto será possível através da articulação de metodologias e de uma adaptação às diversas conjunturas.

Assim sendo, por mais rigidez que os avaliadores queiram empregar nas suas apreciações, a subjectividade estará sempre implícita, pois, logo que se avalie um item e se deixe outro de lado, com este ou aquele pormenor, etc., há sempre algo sobre o que se pode dizer: “porque é assim e não assado?”

Deste modo, o que se pode quantificar com um simples exame deixa de parecer completamente objectivo e monopolista, abrindo-se portas à subjectividade na avaliação.

Posto isto será importante abordar os meios que podem levar à aplicabilidade destes pensamentos.

A enorme multiplicidade dos meios de avaliação torna-se um instrumento poderoso ao alcance do avaliador, pois com eles podem-se contornar problemas que surjam nos avaliados com o tipo de apresentação do método avaliativo.

Compete ao avaliador adequar os meios às particularidades dos avaliados, de modo a extrair o máximo de elementos necessários à avaliação. Mas deve-se ter em conta que, a repetição exaustiva e única de um tipo de elemento avaliador, pode por em causa a sua veracidade avaliativa e provocar uma avaliação imperfeita.

 

Passagens interessantes: “Por mais rigor que os professores queiram dar aos instrumentos de avaliação a subjectividade está inevitavelmente presente”.

 

“Aceitar a subjectividade em avaliação é condição para um aprofundamento dos problemas e uma melhor aproximação da realidade”.

 

“Não há instrumento de avaliação que dê uma imagem completa, nítida e definitiva da realidade”.

 

Sugestão de actividade (resolução): Pessoalmente como instrumentos de avaliação utilizo: Testes de aptidão escritos, orais e de grupo; grelhas de observação; análise da evolução; adaptação às novas realidades; entre outros.

Utilizo essencialmente estes pois pretendo dar valor a todos os tipos de aprendizagem.

Àqueles que por si só conseguem assimilar tudo o que é requerido, aos que para além disso conseguem aplicar os conhecimentos em novas situações e aos que se esforçam mas que não conseguem evoluir da mesma forma.

 

#3

 

Reflexão

 

 Avaliação Diagnóstica no 3º ano de escolaridade

 

Será, no meu ponto de vista, muito importante a elaboração de uma avaliação diagnóstica neste ano de escolaridade.

Este tipo de avaliação, como o próprio nome diz, é diagnóstica e serve para determinar algo, e esse algo será a obtenção ou não das competências previamente estipuladas para o 2º ano. Com esta avaliação podemos adaptar, dentro do possível, os métodos e as estratégias a adoptar neste ano de escolaridade, pois como nos diz Vasconcellos:

“…o que se espera de uma avaliação numa perspectiva transformadora é que os seus resultados constituam parte de um diagnóstico e que, a partir dessa análise da realidade, sejam tomadas decisões sobre o que fazer para superar os problemas constatados: perceber a necessidade do aluno e intervir na realidade para ajudar a superá-la” (2005, p.89).

 

Com esta realização desta avaliação no início do ano, adquirimos um indicador que nos permite ter a percepção dos avanços ou distanciamentos verificados no decorrer do processo educativo, possibilitando ao avaliador apurar se foram atingidos os objectivos previamente estipulados e iniciar assim novas aprendizagens.

 

Para Gonçalves torna-se claro:

“…partimos do ponto de vista em que a verdadeira avaliação não é um ato seletivo, mas sim diagnóstica, objetivando a inclusão através da superação das fragilidades apresentadas. A reflexão Sistemática relativa ao processo educacional nos possibilita criticar, pensar e refletir, criando novas possibilidades de superação para uma sociedade sem horizontes, permitindo que a escola não seja mera reprodutora ideológica do poder e da violência (2009) ”.

 

No caso da ocorrência do afastamento do programa, o(s) aluno(s) deverão ter, por parte dos docentes, a devida atenção.  Esta atenção poderá passar pela elaboração de um percurso alternativo para o aluno, talvez até, recorrendo à articulação interdisciplinar com o professor titular, de modo a conseguir-se optimizar os resultados em prol do sucesso escolar do aluno.

Isto obtém maior importância quando existe uma prova de avaliação sumativa global de 4.º ano, pois os alunos devem estar todos a um nível equiparado, visto as competências serem idênticas para todos os níveis e para todos os agrupamentos de escolas.

 

Também a continuidade é importante, pois o ensino da música pressupõe a obtenção de uma sequência de aprendizagens em praticamente toda a sua extensão.

 

Serão com certeza muitas as dificuldades encontradas para a colmatação desses diferentes estádios de aquisição de conhecimentos, pois no nosso dia-a-dia, muitos são os entraves com os quais nos deparamos.

Cabe-nos a nós como profissionais, contornar estes obstáculos para que possamos realizar o nosso trabalho com o profissionalismo e a ética inerentes à nossa profissão.

Estes não serão problemas singulares da nossa realidade, outros encaram problemas semelhantes, entre os quais Gonçalves e a escola brasileira, dizendo:

 

“As dificuldades enfrentadas pela “escola de todos” são inúmeras – escassez de recursos, alta rotatividade de profissionais, turmas superlotadas, políticas públicas inadequadas – porém é o esforço dos professores, equipe pedagógica e administrativa envolvendo a comunidade que faz a diferença, sendo o ensino público capaz de dotar a sociedade de cidadãos críticos, perseverantes, com uma visão de mundo, capazes de interagir e transformar positivamente o seu espaço (2009) ”.

 

 

Bibliografia

 

- VASCONCELLOS, C. – Avaliação: concepção dialética libertadora do processo de avaliação escola, São Paulo: Libertad, 2005

 

Sitografia

 

- GONÇALVES, M. T. J., - Avaliação diagnóstica no processo de ensino e aprendizagem, disponível em https://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/2042-8.pdf, consultado em 9 de Dezembro de 2010

-ROSADO, A. - Léxico Comentado sobre Planificação e Avaliação, disponível em https://home.fmh.utl.pt/~arosado/ESTAGIO/lexico2.htm, consultado em 9 de Dezembro de 2010

 

#4

Critérios de avaliação/Matrizes/...

 

critérios de avaliação 2º ciclo.pdf (124,6 kB)

Avaliação 2º ano.pdf (76,1 kB)
Avaliação 4º ano.pdf (78,4 kB)
Matriz avaliação sumativa.pdf (192,3 kB)
Sistema avaliação 3º ciclo.pdf (255,2 kB)

 

#5

 

Apresentação

 

Apresentação.ppsx (381,5 kB)

 

#6

 

Reflexão final (trabalho de grupo)

 

Sobre este trabalho começo por salientar a assimilação feita pela minha parte relativamente à utilidade dada à avaliação diagnóstica e à consciência da complexidade que se gera em torno de toda a avaliação. Também de realçar a importância atribuída à uniformidade dos critérios de avaliação, pois assim, e ressalvando os casos dos alunos com NEE (necessidades educativas especiais), será sempre um ponto de partida para a equidade dada à avaliação entre pares, onde se deve promover a educação inclusiva.

A própria complexidade da avaliação, transvazando a simples medição ou quantificação de saberes e englobando os problemas técnicos e morais nela intrínsecos, geram à partida, e só por si, um quadro de dificuldade acrescida à prática da nossa profissão.

Teremos sempre na consciência que a subjectividade está e estará sempre presente neste processo, como foi referido no nosso trabalho. Mas também sabemos que será importante organizar e definir processos para que esta não seja um factor impeditivo da obtenção de justiça e equidade em todo o processo avaliativo.

Quero, e para terminar, dar a devida importância à contribuição de todos os elementos do nosso grupo na estruturação deste trabalho, que sem dúvida nos tornou a todos maiores e mais íntegros. Também de salientar a importância obtida pela abrangência obtida com a observação de todas as apresentações dos trabalhos efectuados e apresentados nesta nossa última sessão.