Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem
#1
Modelo de desenvolvimento humano
Palavras-chave: identidade; alienação; empatia; facilitador.
Ideias mais importantes:
Para Rogers a nossa personalidade assenta numa energia pessoal inerente à condição humana, que nos conduz para uma auto-realização e edifica de uma forma activa a nossa vida, sendo capaz de uma auto-regulação interna em torno do que são as nossas pretensões e os objectivos.
As nossas acções como resultado da nossa experiência particular, para além da nossa vontade, sofrem uma “pressão” extrínseca tal que pode em muitos casos desviar-nos do previamente idealizado e ir ao encontro do que as nossas experiências com o exterior determinam.
Perdemos assim o potencial que a nossa identidade única poderia desenvolver em torno da nossa experiência de vida e deixarmo-nos influenciar por pressões externas que nos conduzem vida fora.
Na abordagem centrada na pessoa, tenta-se através do desenvolvimento cognitivo e da nossa maior experiência e vivência, desfazer a apropriação do nosso ego que é feita pelas chamadas forças exógenas. Dando assim oportunidade à exteriorização do nosso potencial endógeno e assumindo assim o protagonismo da sua construção.
Como Carl disse no seu livro Tornar-se pessoa;
“…isso também ilustra a necessidade premente que o indivíduo sente de buscar a si mesmo e de tornar-se ele próprio. Isso também começa a indicar a maneira pela qual o indivíduo determina a realidade em si mesmo — quando ele vivencia plenamente os sentimentos que ele é num nível orgânico, …, então ele tem certeza de que está sendo uma parte de seu eu real.”
Esta auto-realização seria o indicador máximo da existência de uma sanidade psicológica.
Em relação à comunicação, Rogers defende a nossa autenticidade como veículo para um afastamento do isolamento, pois assim seremos nós mesmos, não precisaremos de camuflagens e assumiremos a nossa personalidade, sendo esta a nossa verdadeira “assinatura”.
No que concerne às atitudes, é importante que o educador esteja ciente da sua postura e da sua capacidade de interpretar as reacções e sentimentos dos participantes, deve ser uma pessoa autêntica que transmita empatia, e não a consubstanciação de algo que deriva ao sabor de uma exigência curricular.
O facilitador deve ser um agente que desmascare na sua identidade um caminho auxiliador para todo o processo de aprendizagem, deve proporcionar à sala de aula, no caso de um professor, uma sensação de liberdade, incrementar a cooperação e conduzir o aluno para o centro de todo este processo de ensino-aprendizagem.
Quando se emprega a técnica de reformulação, o facilitador deve procurar com que o participante se reveja na sua exposição, deve ler nas entrelinhas e dar uma nova forma ao que foi dito pelo participante, de modo a que este se sinta respeitado, compreendido e, assim sendo, “promovendo” o desenvolvimento humano.
Passagens interessantes:
“…a experiência do sujeito, que lhe é intrínseca e única.”
“A empatia é, … a atitude fundamental para uma verdadeira compreensão do ser humano…”
“…quando o facilitador faz compreender ao seu interlocutor que o compreende sem o analisar ou julgar, este começa a desabrochar e a desenvolver-se nesse clima de compreensão.”
“A reformulação é, acima de tudo, um processo de verificação e uma manifestação de respeito pela pessoa humana. Por isso mesmo, a reformulação pode constituir uma técnica ao serviço da mudança e do desenvolvimento humano.”
Bibliografia/Sitografia
Rogers, C. - Tornar-se Pessoa, Lisboa: Morais Editores, 1977
-Neto - A Teoria da Personalidade de Carl Rogers, disponível em https://pt.shvoong.com/social-sciences/psychology/2040487-teoria-da-personalidade-carl-rogers/ , consultado em 11 de Dezembro de 2010
#2
Estilo de ensino
Palavras-chave: Autonomia; responsabilização; aplicabilidade; flexibilização e opinião.
Ideias mais importantes: Quase todos os estilos de ensino serão aceitáveis desde que sejam sustentados e produzam frutos, quer a nível curricular, quer a nível da formação e da valorização da pessoa.
O mais importante aqui será desenvolver no aluno uma capacidade de adaptação às novas situações, incutir uma maior capacidade de desenvolvimento cognitivo aliado a uma boa formação cívica e fazê-lo sentir uma utilidade no que aprende para ser aplicado no seu dia-a-dia.
O meu estilo: Para mim, um estilo de ensino deve promover a cooperação e a responsabilização mútua dos vários intervenientes no processo educativo.
Os conteúdos não devem ser estáticos, pois os alunos não precisam de adquirir as competências que são propostas sem pode opinar e dar a sua ideia sobre o que se vai passar numa sala de aula. Também os modos de avaliação não têm necessariamente que ser estipulados pelo professor no início e serem aplicados incondicionalmente, devendo sim, dar-se lugar a um diálogo construtivo e argumentativo, (indo ao encontro do que se passou nesta nossa unidade curricular no início deste semestre).
O aluno deve ser participativo e interventivo, não devendo ser atemorizado pela figura do professor, sendo a sua relação com este o mais informal possível de modo a que os resultados possam fluir naturalmente. Deve ter a oportunidade de dar a sua opinião pessoal e explanar as suas ideias, dando-se ao aluno a hipótese de fundamentar e expor o seu ponto de vista sobre todo este processo educativo.
O professor não precisa de se assumir como o centro do processo, dando ao aluno a possibilidade de escolher tarefas de entre as que forem propostas, de maneira a que o aluno se identifique mais com o trabalho produzido na sala de aula.
Um professor deve dispor de um vasto leque de meios de apoio (áudio, vídeo, etc.) que permita aos alunos vivenciar novas situações e quebrando a rotina das aulas, etc., incrementando assim uma maior motivação e vontade de aprender nos seus alunos.
As programações feitas devem atender às necessidades particulares e especiais dos alunos que destas necessitem, pois deve-se exigir o melhor deles, atendendo às suas limitações.
Por último, penso que mais importante se torna tudo o que se aprende quanto maior é a aplicabilidade destes conteúdos na sua vida prática, isto é, não valorizo apenas aquele que consegue assimilar tudo com maior ou menor facilidade, valorizo por ventura mais aquele que consegue utilizar o que aprende no seu dia-a-dia pondo em prática o que assimila nas aulas.
#3
Ficha de Observação do Filme “Mr. Holland’s Opus”
Ficha Técnica
Título: “Mr. Holland’s Opus”
Realizador: Stephen Herek
Data da realização: 1995
Actores principais: Richard Dreyfuss, Glenne Headly, Jay Thomas, Jean Louisa Kelly, Olympia Dukakis, Terrence Howard, Nicholas John Renner, Joseph Anderson, W. H. Macy, Alicia Witt e Anthony Natale.
Ideia Geral
O filme retrata uma história de músico/compositor que se torna professor de música num colégio onde o modelo de ensino tradicional está implementado.
Como actor principal temos Richard Dreyfuss, no papel de professor de música. Este depara-se com a falta de motivação dos seus alunos, tentando encontrar formas alternativas de leccionar, influenciando deste modo a vida dos alunos com quem convive.
Também a sua vida pessoal foi bastante modificada, isto devido ao que o contacto com os alunos obriga, mas também pelo nascimento de um filho com problemas de audição.
Com tudo isto, o intuito de ter mais tempo livre e dedicar-se ao seu sonho de ser compositor fica praticamente posto de parte.
Análise do conteúdo
Época histórica - A acção do filme decorre entre as décadas de 60 e 90. Neste espaço de tempo assistimos a inúmeras situações que alteram o comportamento da sociedade Norte-americana. Deparamo-nos com acontecimentos tais como os assassinatos de John F. Kennedy e John Lennon, a guerra no Vietname, a ascensão do Rock, entre outros.
Localização desses acontecimentos no espaço - Colégio John F. Kennedy, habitação da família Holland e espaço envolvente.
Personagens - Glenn Holland (professor de música), Iris Holland (esposa), Cole (filho do casal), Bill Meister (professor de educação física), Hellen Jacobs (reitora do colégio), Wolters (Vice-reitor do Colégio), Gertrude Lang (aluna clarinetista - governadora), Louis Russ (alunos com dificuldades - percussionista) e Rowena Morgan (cantora).
Grupos sociais em evidência - Comunidade educativa, família e sociedade abrangente.
Ambientes – Escolar, familiar e sociedade envolvente.
Costumes – Escola extremamente tradicional e conservadora, onde o professor de música implementa novos métodos no seu ensino.
Outros registos
Apreciação Crítica: Neste filme constatamos algo que muitas pessoas pensam ser difícil de conseguir. Conseguimos ver como uma pessoa que só pensava em tocar e compor música consegue encontrar algo motivante noutra actividade, ainda que dentro da mesma área.
Quando se tenta fazer algo para o qual não se está preparado nunca se saberá qual o resultado final. Acrescendo ainda as limitações e imposições que certos tipos de escolas com os seus modelos de ensinos conservadores impõem.
Mr. Holland consegue fazer da necessidade um prazer, acabando por leccionar muitos mais anos do que a inicialmente se propusera. Mais, consegue cativar e incentivar os alunos de tal modo, que o seu método de ensino incrementa uma vontade e força de vencer, mesmo nos alunos mais desmotivados ou com mais limitações. Como se não bastasse, tem a nível familiar um problema de saúde permanente com o seu filho que o obriga a desdobrar-se em esforços para viver o seu dia-a-dia.
Claro que há momentos em que algumas das partes (família ou escola) fica mais negligenciada, mas tenta sempre arranjar tempo e forças para que tudo possa ser possível e benéfico para aqueles com que lida.
Nota final para dizer que o ensino da música nos EUA sofreu um grande incremento com a realização deste filme, onde se deu a importância que ela merece.
Não será altura para aparecer um filme destes em Portugal?
#4
Trabalho de Grupo