Portfólio Pessoal

 

 

Nota preliminar

 

Como apreciação introdutória devo dizer que para mim, portfólio insere-se num contexto cumulativo.

Penso que num portfólio pode-se não conseguir definir a data de início da sua edificação, pois algures depois da nossa nascença começam-nos a ser incutidos valores e aprendizagens que farão parte de todo um processo que está num modo de constante agregação e cumulação.

Poderá provavelmente ser um percurso pessoal e singular, estando inserido numa perspectiva abrangente e personalizada de tudo que englobe a aprendizagem.

Durante a elaboração deste processo vai havendo uma reflexão intrínseca sobre o que foi feito, o que se está a fazer e sobre o que se augura fazer, tendo como base as nossas reflexões e expectações. Pode-se pensar em tudo isto como um percurso contínuo.

Já para Júnior (2009), este processo pode ocorrer durante uma etapa da nossa vida, podendo assim estar limitado ou não a um determinado período de tempo.

Com o acumular destas vivências estarei constantemente a consolidar saberes, a actualizar conhecimentos e a desenvolver-me numa perspectiva global.

A qualidade do trabalho poderá e deverá desenvolver-se através de todo o tipo de partilha que esta ferramenta promove.

 

 

 

Reflexão

 

Práticas de ensinar MÚSICA

 (SOUZA, 2006)

 

Para os professores, o registo dos métodos vivenciados pelos alunos nas suas disciplinas é um factor relevante sua formação. Registos visuais, sonoros e escritos são utilizados de modo a que os alunos sejam encaminhados e estimulados para a pesquisa e para a reflexão.

Torna-se difícil englobar a abrangência e diversidade das experiências vivenciadas pelos alunos, sendo o modo de edificação da experiência pessoal único.

Segundo Tedesco citado por Benincá (2002), o registo é a catalogação do olhar para o interior de cada um, onde se averbam as acções já desenvolvidas, mas também as reflexões sobre as mesmas.

Busato (2005) refere quatro tipos de suportes para suportar os registos: as fichas de observação, o memorial de estágio, a narrativa biográfica e as memórias de aula.

Para além de uma ligação mais chegada à pedagogia, os registos nos seus vários formato, podem ser apreciados como fontes de indagação sobre a sua praxe e pensamento Zabalba (2004).

O modelo de registo a adoptar deverá ser escolhido de acordo com o que se pretende registar e as suas características. Temos um grande potencial de tipos de registos a utilizar:

·         CD’s;

·         Partituras;

·         Cartazes;

·         Jogos;

·         Vídeos;

·         Internet;

·         Etc.

 

Tipos de portfólio

Sobre os tipos e tendências de portfólio há bastante a dizer.

Como não foi o meio escolar a desenvolver este tipo de ferramenta, a sua aplicação é estendida a diversas áreas e com distintos objectivos.

No sistema educativo a sua prática vulgarizou-se a partir de 1990, incidindo mais como uma forma de avaliação. Muitos são os autores que têm escrito sobre os tipos e definições de portfólio, os quais são elaborados de acordo com o contexto e objectivo para os quais são construídos.

Para Campbell e Brumett (2002) existem três tipos de portfólio: Pessoal, académico e profissional. Visto que os seus pressupostos são divergentes, abrangem materiais, registos e conteúdos diferentes.

Já Shores e Grace (2001) definem como tipos de portfólios o particular, o de aprendizagem e o demonstrativo. Para estas escritoras a elaboração de portefólios inserem-se num contexto social mais amplo, o aperfeiçoamento.

Carvalho e Porto (2005:15,16) referem-se que portfólio educacional

“…busca reflectir a fusão entre processo e produto…” sendo um “…processo tanto reflexivo, cumulativo, avaliativo, formativo, quanto demonstrativo de todo o investimento do professor em formação na educação sua e dos outros.”

 

Na música o uso do portfólio está em linha com o seu uso na generalidade das demais disciplinas, estando englobado nas áreas da performance, da composição, etc.

Para Campbell e Brumett (2002), os portfólios de performance são usado como

“…veículos para demonstrar evidência da competência e habilidade de um indivíduo de se envolver em atividades que fazem parte da sua vida profissional.”

 

Segundo Duxbury (2000), a utilização de portfólios electrónicos está implementada nas aulas de música do ensino médio. Já Conkling (2002) tem como diligência ministrar cursos de formação de professores com a introdução de portfólios associados a temas específicos, como por exemplo, socorrendo-se a gravações de vídeos nas aulas de coro.

Conclui-se pois que o portfólio é mais um valiosíssimo instrumento para todo o processo de ensino/aprendizagem, utilizado na formação dos professore o nas próprias aulas de música.

Estes processos fendem com a ideia do tradicional, trabalhando no âmbito da sua edificação, e não só no que já está ou foi feito. Assim sendo o aluno em conjunto com o professor adquirem uma vastidão de experiências de contornos reflexivos.

Concluindo com Carvalho e Porto (2005:17), o portfólio é o

“…produto de um processo autorreflexivo, contínuo e documentado de formação e de avaliação.”

 

Bibliografia

- BENINCÁ, E. – A memória como elemento educativo, UPF: Passo Fundo, 2002

- BUSATO, Z. S. L. – Avaliação nas práticas de ensino e estágios: a importância dos registros na reflexão sobre a acção docente, Porto Alegre: Mediação, 2005

- CAMPBELL, M. R.; BRUMETT, V. M. – Professional teaching portfolios: for pros and preservice teachers alik, in music educators journal, Menc, 2002

- CARVALHO, M. J. S.; PORTO, L. S. – Portfólio educacional: proposta alternativa de avaliação – guia didático, Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2005

- CLONKLING, S. W. – The course portfolio: scholarship to improve teaching and learning: International journal of music education, v. 40, 2002

- DUXBURY, D. – Make sweet music with electronic portfolios, Learning & leading with technology, n.28, n.3, 2000

- SHORES, E.; GRACE, C. – Manual de portfólio: um guia passo a passo para o professor, Porto Alegre: Artmed, 2001

- SOUSA, T. M. J. – Práticas de ensinar MÚSICA: Legislação, Planejamento, Observação, Registro, Orientação, Espaços, Formação, Porto Alegre: Editora Sulina, 2006

- ZABALBA, M. – Diários de aula: um instrumento de pesquisa e desenvolvimento profissional, Porto Alegre: Artmed, 2004

 

Mapa Conceptual

 

Mapa Conceptual.pdf (93,7 kB)